sexta-feira, 10 de setembro de 2010

MACONDO



Vitor terminara de ler Cem Anos de Solidão de Gabriel Gárcia Márquez e ficou a pensar sobre o assunto, sempre se sentiu só, fora do mundo real, quase como um personagem de alguma crônica maluca de um escritor sem coração.

O que mais gostou do livro não foi a mensagem ou os personagens, um mais diferente do outro, porém carregando o fardo da solidão nas costas, não, gostou da cidade imaginária chamada Macondo, gostaria de se mudar para algum lugar assim, longe, com pessoas simples de vida simples, são tantos os personagens no livro que quem lê até esquece que a cidade é quase que a personagem principal.

Odiava viver em uma cidade grande onde pessoas se esbarram e nem dizem “‘tarde” ou “té logo”, onde a falta de educação já se instalou quase como uma nova cultura de massas, odeia ir para a faculdade e ver um bando de pessoas que acatam tudo de cabeça baixa porque não querem um ensino melhor, só querem o diploma para poder trabalhar com seus pais em alguma firma familiar.

Definitivamente no mundo de hoje não há mais lugar para um Coronel Aureliano Buendía lutando suas 32 guerras e perdendo todas, não há heróis, simples assim. Vitor desde pequeno quando ouvia as pessoas perguntarem “O que quer ser quando crescer?” nunca teve duvidas e respondia “Herói!”. O tempo passou e a resposta era sempre a mesma, mas foi percebendo que o mundo não quer nenhum herói, não quer soluções para os problemas, quer apenas continuar existindo da maneira que é. Errado.

Ano de eleições, ele olha para os candidatos e só consegue dizer uma coisa:

- Cornos! – clama por mudanças e grita – Viva o Partido Liberal!

Sabe que vai para as urnas e votar nulo de novo, pois não acredita mais em mudanças, mataram o herói dentro dele, o Partido Liberal está aliado ao Partido Conservador.

Vote Tiririca? Pior que ta fica!

Gustavo Campello

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